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Poesia fala sobre passagem de Padre Eustáquio por Patrocínio/MG

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Padre Eustáquio deixou um legado de amor, fé e devoção por onde passou. Seja nas cidades onde atuou por longos períodos, como pároco ou vigário, seja nas cidades onde teve apenas uma pequena passagem.

Uma dessas pequenas passagens foi por Patrocínio, no Alto Paranaíba Mineiro. O padre holandês chegou ao município em outubro de 1941, mas já em fevereiro de 1942 deixou a cidade. Mesmo em um período tão curto, o Beato deixou grandes marcas nos paroquianos.

Essas marcas podem ser vistas no lindo trabalho do poeta Flávio José de Almeida, que escreveu várias poesias inspiradas no Bem-aventurado Padre Eustáquio. Abaixo, uma dessas poesias:

Ele entrou por essa porta

De batina branca, alto e forte,
acompanhado do vigário Willibrordo Meeder,
Padre Eustáquio entrou por essa porta.

Era cair da noite daquele sábado,
11 de outubro de 1941.

Ele estava cansado de longa viagem.
Nesse dia chegara a Patrocínio.

No interior da Matriz quase às escuras,
propício ao silêncio mais fundo da alma,
ajoelhou-se e rezou aos pés de São José,
santo de sua devoção e reverenciou
a imagem da padroeira,
apoiado no altar-mor.

A primeira visita foi breve.

Depois seguiram para o Ginásio
Dom Lustosa, onde ficaria hospedado,
e uma deliciosa sopa o aguardava,
feita especialmente para ele
pelo mestre cuca padre Caprásio,
então responsável pelo refeitório
do educandário.

Com os demais padres, seus compatriotas,
pôde conversar na língua holandesa,
todos felizes em cearem juntos.

Eustáquio van Lieshout,
ainda anônimo entre os patrocinenses,
vestia hábito branco,
cordão branco na cintura,
escapulário branco
e no peito o emblema escarlate
da Congregação dos Sagrados Corações
de Jesus e de Maria.

Mesmo sendo capelão
na igreja Santa Luzia,
ele entrou por essa porta outras vezes,
humildemente, faminto de orações
na sozinhês de seu fervoroso espírito
inabalável, habitante dos insondáveis
silêncios de Deus.

Em 12 de fevereiro de 1942 partiu para Ibiá,
e depois para Belo Horizonte, onde chegou
em 7 de abril daquele mesmo ano,
lá ficando apenas dezesseis meses,
até o dia de sua morte,
em 30 de agosto de 1943.

Até hoje Patrocínio sente sua presença.

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