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Venerável Padre Eustáquio

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Um homem enviado por Deus

Chegou sem que alguém o notasse, tão igual a todos os outros, como Deus sempre faz. Foi logo para um lugar quase escondido na imensidão da sua terra de destino, o Brasil. Água Suja foi o lugar definido para ele, no interior de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro, onde era marcante o contraste entre a miséria e a sorte fugaz do garimpo. Às margens do Rio Bagagem, que alguns quilômetros abaixo havia dado a famosa pedra “Estrela do Sul”, o pequeno povoado, formado em torno do antigo Santuário dedicado a Nossa Senhora da Abadia, recebia um verdadeiro “diamante”, ainda não lapidado, um homem verdadeiramente de Deus.

A fortuna e a miséria

Os garimpeiros arriscavam sua vida em busca de uma fortuna de sonhos efêmeros, mas a Congregação dos Sagrados Corações enviou para o meio daquela gente sofrida três de seus missionários; um deles era Padre Eustáquio, o qual tinha um destino certo: ir em busca da miséria gritante daqueles irmãos e irmãs para lhes revelar o verdadeiro tesouro de Deus, que está vivo em cada coração. Seria o início da transformação dos corações em verdadeiros adoradores em espírito e em verdade, implantando o Reino do Amor Misericordioso do Pai. Missão difícil, mas não impossível para Deus.

A obra de Deus

Nascido na Holanda, em 1890, ele veio para o Brasil em 1925, formando com dois outros irmãos sacerdotes, religiosos dos Sagrados Corações, uma comunidade que haveria de crescer e se espalhar pelo país. Era a “Obra de Deus” sendo realizada entre nós. A dura realidade da vida, as intempéries, os obstáculos e oposições começavam a lapidar a pedra preciosa do coração missionário. Seria levado para muitos outros lugares, antes de terminar sua trajetória.

De Água Suja, Padre Eustáquio foi levado para Poá em São Paulo, onde sua fama de santidade explodiu com força incontrolável, devido às numerosas e impressionantes curas e conversões que ocorriam por onde passava. Verdadeiro Missionário, não se deteve em Poá. Por toda parte onde a Igreja o solicitou esteve presente. De São Paulo foi novamente para o Triângulo Mineiro com uma breve passagem pelo Rio de Janeiro e, finalmente, Belo Horizonte, seu último destino.

O nome e a missão

Como se pode ver na Bíblia, os nomes dados a uma pessoa definem sua missão. Pouco a pouco, Pe. Eustáquio, lapidado pelo sofrimento e conduzido por Deus de um lugar a outro, de coração a coração, vendo fluir através de seu ministério a força vivificante e salvadora de Deus, foi lendo através dos acontecimentos qual era a Missão que Deus lhe havia confiado. Passou por dúvidas profundas, no íntimo de seu coração. Sofreu incompreensões por parte de inúmeras pessoas. Mas sempre confiou em Deus.

Em plena maturidade de vida, dois anos antes de sua morte, pôde assim se expressar: “Eis a vocação que sinto em mim: aliviar as dores corpóreas para poder avivar a fé abalada de nossos tempos. (…) Nunca tive consciência como hoje do quanto pela graça de Deus posso alcançar para aqueles que sofrem… O Bom Deus me mostrou visivelmente o caminho a tomar”. E resumiu em duas palavras seu nome e sua missão: “SAÚDE E PAZ”. “Saúde para vossos corpos e paz para vossas almas”, como costumava abençoar.

Pe. Lúcio Dumont Prado, ss.cc.
Vice-Postulador (1997-2008)

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