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Palavras do Padre Eustáquio – O valor do tempo: santificar o nosso trabalho

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Padre Eustáquio, com seu coadjutor, rezando ao Senhor dos Passos, em Poá-SP

Como você ocupa o seu tempo no seu dia a dia? Sua vida está sendo de oração e trabalho, de entrega total aos seus irmãos, ou está sendo uma vida sem tempo para lidar com as coisas de Deus?

Nossa santificação diante de Deus não se dará através de grandes feitos, mas do pequeno trabalho do nosso cotidiano, assim como foi na vida da Sagrada Família. Eles viveram na simplicidade de seus trabalhos e foram santificados por isso. Sejamos também santificados pelas pequenas coisas que fazemos, pelos pequenos atos de amor ao próximo e de honra ao Senhor.

Em um de seus textos, Padre Eustáquio traz uma reflexão sobre o valor do tempo e a santificação dos nossos trabalhos. Leia o texto na íntegra a seguir:

O valor do tempo: santificar o nosso trabalho

Entremos na casa de Nazaré, na casa da Sagrada Família. Veremos Maria sentada à roca, São José e o Filho de Deus ocupados na oficina. Trabalham com prazer, na maior seriedade. Maria tece um fio forte, São José entrega um trabalho perfeito e no prazo marcado. Não devemos admirar-nos de que tão santas pessoas trabalharam. É bom para o homem ocupar-se em trabalhos.

A maldição do pecado: “Comerás o teu pão no suor da tua face”, Jesus a aceitou por nosso amor. Maria, livre do pecado, suportou as consequências do pecado.

O que admiramos, é do trabalho humano, que estão executando. Procuramos, em vão, feitos gloriosos na vida da Sagrada Família. A vida de Jesus, até trinta anos, não apresentava nada de extraordinário. Com isto, Ele nos ensinou que de trabalho humilde será a maior riqueza da nossa vida e, por conseguinte, nós que estamos na terra para servirmos a Deus, devemos fazê-lo através do trabalho humilde. São poucos que, uma ou outra vez, realizam uma coisa notável.

Muitas vezes pensamos de maneira contrária. Negligenciamos as pequenas ocasiões, esperando, em vão, acontecimentos maiores.

Quantas vezes não falamos: se eu fosse rico…. daria isto, ou aquilo para aliviar o próximo e, entanto, esquecemos de dar o pouco que temos para os necessitados. Se fosse eu religiosa, com que cuidado e desvelo trataria os doentes e… entanto, passamos a porta dos nossos vizinhos doentes, sem estender a mão. Fosse eu religioso, como rezaria atrás das paredes do convento! Entanto, não queremos rezar a oração da manhã e da noite.

Desejamos fazer coisas que nunca podemos fazer e negligenciar coisas que devemos fazer. Coisas comuns são os degraus da escada que nos leva a Deus. Não são somente orações e deveres religiosos, como muitos pensam, mas, também os trabalhos, o andar, o dormir, comer e beber, conforme a palavra do apóstolo. Devemos fazer tudo para a maior glória de Deus, para salvar a alma. De todas as coisas, Deus nos pedirá rigorosas contas.

No juízo final não nos perguntará se fomos rei, ou palhaço, mas se fizemos bem o que tínhamos que fazer, se desempenhamos bem o nosso papel no grande teatro do mundo, não só na igreja, e também fora dela. Que fizemos com o nosso tempo? Não perdemos muito tempo? Tiramos do tempo todo proveito, assim como um ricaço tira do seu dinheiro todas as possibilidades? Ou perdemos o tempo em coisas sem valor? Em conversas tolas, calúnias, ou acusações pecaminosas. É preciso compreender agora o valor do tempo, porque no juízo final será tarde. Em cada segundo do tempo podemos enriquecer a nossa alma, levantar a alma do pecado para Deus. Assim compreendemos que Santo Afonso fez voto de não perder um minuto do seu tempo.

Encerramos com a palavra de São Paulo: “Tudo quando fizerdes, seja de palavra, seja de obra, tudo que fazei em nome do Senhor Jesus Cristo, dando por ele, graças a Deus e Pai”.

***escritos de Padre Eustáquio retirados dos arquivos do Boletim da Paróquia dos Sagrados Corações, em Belo Horizonte.

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