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Padre Eustáquio pediu a bênção de Nossa Senhora Aparecida para a missão no Brasil

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Cartão Postal enviado por Pe. Eustáquio à sua irmã Pacífica na Holanda

Em 12 de maio de 1925 os primeiros missionários da Congregação dos Sagrados Corações chegaram ao Brasil, desembarcando no Rio de Janeiro. Os planos eram fundar a Congregação no país sulamericano e servir nas cidades que necessitavam de acompanhamento espiritual.

Para rezar pelo trabalho que começava, em junho daquele ano, Padre Eustáquio, Padre Mathias e Padre Gil viajaram a Aparecida, em São Paulo. Eles foram até a Igreja da Padroeira do Brasil para rezar diante da imagem encontrada nas águas do Rio Paraíba.

Durante a visita, Padre Eustáquio enviou um postal da cidade à sua irmã Pacífica, também religiosa, na Holanda. No postal, o sacerdote escreveu:

“Cara irmã Pacifica,
Atenciosamente, deste famoso local de peregrinação do Brasil – às Irmãs dos Sagrados Corações, à Reverenda Madre e às irmãs. Tudo graças a Deus está indo bem. Daremos apoio ao nosso bispo em Uberaba. Endereço provisório: Palácio Episcopal, Uberaba Brasil. Em seguida, vamos para um local de peregrinação que está sem diretor espiritual: Água Suja, para se estabelecer para sempre. Você receberá uma carta em breve.
Seu amado, Padre Eustáquio.”

Em outro momento, por ocasião da Festa de Nossa Senhora Aparecida, Padre Eustáquio atribuiu à mãe de Jesus a fé e a devoção do provo brasileiro. Leia o texto na íntegra:

Eu tenho fé que a religião católica no Brasil nunca se perderá, porque a devoção a Maria a segura. Nossa Senhora está invocada sob todos os títulos, ontem sob o título de Nossa Senhora de Lourdes, outro dia sob o título de Nossa Senhora da Abadia, hoje sob o título de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil.

E para mais aumentar a sua devoção quero mostrar-vos que a imagem que vai ser carregada em triunfo é a imagem de sua mãe celestial, sob o título de Nossa Senhora Aparecida. Mãe é o título que nós mais compreendemos, o título que mais nos inspira confiança, o título que mais nos explica as qualidades inesgotáveis de Maria. E quem não fica entusiasmado vendo carregada em triunfo a própria Mãe?

Maria é nossa Mãe, quanto amor não há de ter um filho por sua mãe? Uma mãe é tudo para o filho, como os filhos hão de ser tudo para a Mãe. Isso devemos de aprender do alto do Calvário, onde Jesus, morrendo de sede e de fome, entregou ao gênero humano pelas mãos de São João, Maria como Mãe!

A vida diária nos explica o que é uma mãe. A primeira palavra que a criança fala é a palavra terna de “Mãe”. Mãe – assim a criança chora; Mãe – a criança grita de alegria, Mãe – o filho geme as suas dores; Mãe – o filho exclama no perigo, Mãe – o filho fala no último suspiro. Do princípio ao fim sempre achamos nos lábios de um bom filho a palavra mãe. Da memória da Mãe, nunca saem as lembranças do filho, e só faltará o pão para o filho quando a mãe não mais tiver. Não é verdade que uma mãe nunca se esquece do seu filho, que nunca nega perdão nem a um filho, mas indigno desse mundo?

Oh Mãe terrena, vós sois a imagem da nossa Mãe Celestial. Se uma mãe quer sacrificar a sua vida para salvar o filho, a nossa Mãe Celestial não descansará para salvar a vida de nossa alma. Se as nossas mães nos perdoam na terra, quanto mais esperança em tenho em ti, oh Maria! Se uma mãe ímpia até quer proteger os seus filhos de qualquer maneira, quanto mais uma Mãe Celestial, uma Mãe Santa. Sim, oh minha carinhosa Mãe, porque vós sois a mais pura, mais Santa – vós sois, oh Mãe Celestial, achada bastante digna de ser a Mãe de Deus!

Nossas mães não se esquecem de nós na terra, mas muito menos Vós, Mãe Celestial, que tanto nos ama. Oh Minha Mãe, aumenta a minha fé, minha confiança em ti. Mas se nossa Mãe Celestial é para nós uma verdadeira Mãe, vamos ser também para Ela verdadeiros filhos. Se nós não saímos da memória de Maria, nossa mãe também não há de sair de nossa memória nunca.

Sempre haveremos de guardar uma lembrança em nosso coração. Se Ela deu a sua vida para nós, não podemos deixar de dá-la para ela. Sempre tenho que andar em sua Santa sombra. As orações de que ela gosta tenho que fazer, o terço não há de sair de minha companhia.

Nas doenças olha, Maria! Nas alegrias olha, Maria! Durante a sua vida, na hora de sua morte invoque o nome de sua Mãe Maria, que hoje nós invocamos sob o glorioso título de Nossa Senhora Aparecida! Sim, na imagem de Nossa Senhora Aparecida temos que ver sempre a imagem de nossa Mãe Celestial, de nossa Mãe que tanto amamos, que tanto nos ama, de Nossa Mãe que nos protege, de cuja proteção nunca iremos sair, nossa mãe que nos defende e que sempre iremos defender.

Minha Mãe que para mim deu sua vida, e para quem eu também hei de dar a minha, sem pecado, sem mancha pela graça de Deus e para voar com minha alma ao seio de minha Mãe para cantar suas glórias e as glórias de seu filho, Nosso Senhor em todos os séculos dos séculos, Amém.

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