Comemorando o Ano Jubilar dos 180 anos da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, a comunidade patrocinense viveu momentos inesquecíveis no último final de semana. Na sexta-feira, a Igreja Santa Luzia reabriu suas portas depois da revitalização. A programação começou com o descerramento da placa comemorativa e inauguração do busto do Bem-Aventurado Padre Eustáquio na praça em frente a igreja. A obra foi um pedido feito pela vereadora Marcilene Jacinto. Logo em seguida, ao som da banda “Abel Ferreira” os devotos puderam conhecer o interior do templo. Houve ainda a apresentação do Coral do Cerrado, de Uberaba.
No sábado, uma carreata pelas ruas da cidade levou as Relíquias de Padre Eustáquio até o adro da igreja. Na ocasião, o vice-postulador da Causa de Canonização de Padre Eustáquio, Pe. Marcus Vinícius Maciel, SSCC, passou às mãos do bispo da Diocese de Patos de Minas, Dom Frei Cláudio Nori Sturm, OFM, um relicário com um pedaço do osso do Beato e parte da ornamentação usada no caixão do religioso. Em seguida uma missa solene foi celebrada pelo bispo para dedicação da igreja.
O prefeito da cidade, Deiró Marra, registrou, em suas redes sociais, sua alegria e satisfação pelo registro e perpetuação do momento histórico: “Padre Eustáquio, que residiu entre nós, foi Capelão nesta igreja, enchendo de orgulho nossa terra, ele que é um símbolo de humana santidade, com seus exemplos de Fé e caridade. Parabéns à Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio pela magnífica obra”.
Padre Eustáquio em Patrocínio
As notícias de curas milagrosas traziam muitas pessoas para perto de onde estava Padre Eustáquio, em Poá-SP, as autoridades pediram a transferência do bondoso padre por causa dos transtornos causados na pequena cidade que recebera milhares de fiéis. Naquela época, então, ao Padre Eustáquio ficaram interditos todos os grandes centros do Brasil. Seu refúgio passa a ser o convento dos padres em Patrocínio–MG no então Ginásio D. Lustosa, a partir de 13 de outubro de 1941. A capela de Santa Luzia era seu campo de trabalho, mas com sérias restrições. Atendimento e bênçãos só no confessionário, onde chegava a ficar de sete a oito horas por dia. Sem uma queixa, Padre Eustáquio aceitou todas as condições. Em Patrocínio, experimentou novo ânimo. Mas lá permaneceu apenas quatro meses, de outubro de 1941 a fevereiro de 1942. Ele mesmo escreveu em dezembro de 1941:
“Fui assistir ao retiro e tive a felicidade de poder tratar intensamente da minha própria alma e recomendar de modo especial as intenções que tantas pessoas me pedem. Graças ao bom Deus, todos os dias conto com algumas conversões. Pessoas que anos e anos viviam afastadas de Deus e da Igreja, vejo voltar aos braços do nosso Divino Mestre. Quanto não há de transbordar o Coração de Jesus de verdadeira alegria! E eu não me sinto menos feliz com tantas ressurreições espirituais. Ganhar almas, aliviar dores e sofrimentos, eis aí meu grande ideal, inspirado por Deus!”
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