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Homilia de Padre Eustáquio na Semana Santa de 1943 parece feita para os dias atuais

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Pelo segundo ano consecutivo, celebramos a Paixão e Morte de Jesus em nossas casas. As celebrações, fechadas ao público, é um reflexo da realidade que vivemos hoje no Brasil, com a morte de quase quatro mil pessoas por dia, por causa da pandemia do Coronavirus. O país inteiro sofre esta dor.

Para ajudar na reflexão deste dia, a equipe da Causa de Canonização encontrou trechos de uma homilia feita por Padre Eustáquio durante a Semana Santa de 1943. Apesar de ter sido escrito há 78 anos, o texto parece ter sido feito para o tempo em que vivemos hoje, tempo de tanto sofrimento e dor.

Confira o que escreveu Padre Eustáquio:

“O mundo está passando por uma época de sangue, uma época de lágrimas. Filhos choram os pais e pais choram os filhos. Quantas dores, quantos sofrimentos nos corações dos homens!

E os remédios para estas dores? Serão os prazeres mundanos capazes de fornecer o consolo que falta? Serão os divertimentos: cinema, bailes, concertos, capazes de aliviar-nos? Apenas, fazem-nos esquecer, por um momento, mas, consolar-nos? Não! Mil vezes, não! Não há bálsamo neste mundo, que nos possa aliviar, que possa tirar as dores da nossa alma, por um momento sequer.

Porém, não desesperemos! Há uma fonte muito capaz de fornecermos bálsamo em abundância, que não somente alivia as nossas dores, mas, torna-as em alegrias. Essa fonte é a nossa religião, e mui particularmente, a meditação da paixão e morte do Nosso Senhor.

Nunca provastes quanto é doce a meditação da Paixão do Senhor? Sabeis o que é misturar as vossas lágrimas com as lágrimas de Jesus? Unamos as nossas dores com as de Jesus! Comparemos as nossas dores com as dele! No tempo do nosso sofrimento, devemos imaginar Jesus pendente da cruz, exclamando: Ó vós que passais por aqui, olhai e vede se há uma dor igual a minha dor!

Meditar nas dores de Jesus, não só alivia as nossas, mas, tira-as e substitui-as pela alegria. Neste tempo de Paixão, frequentemos melhor e mais os Santos Sacramentos. Principalmente, aproximemo-nos mais da mesa da comunhão, pois, a presença de Jesus limpa o nosso coração de todas as faltas.

Que nos explica melhor a razão do sofrimento no mundo, do que a própria paixão e morte do nosso Senhor? Ele quis ser igual a nós, a quem a Divina Providência manda o sofrimento para o nosso bem.

Convertamo-nos a Deus de todo nosso coração, reza a Igreja tantas vezes no breviário. Reine em vosso coração, reine em vossa família, o verdadeiro Rei, Cristo Jesus! Abjurai as perversidades dos nossos tempos, que tanto provocaram a ira de Deus!

Longe de nós o espírito mundano e “Hoje, quando ouvirdes a voz de Deus, não queirais endurecer o vosso coração”.”

 

Trechos retirados do “Boletim da Matriz dos Sagrados Corações”, publicado em 07 de abril de 1946.

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