Na oração do Pai Nosso pedimos que Deus “perdoe nossas ofensas, como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Já na Bíblia, em Mateus 18, 22; Jesus nos diz que devemos perdoar o próximo não sete vezes, mas até setenta vezes sete. Um ensinamento que muitos de nós cristãos, ainda precisamos aplicar em nossas vidas. E Padre Eustáquio, em um dos seus escritos, traz essa reflexão: o perdão como um princípio Cristão.
“Deus recompensa a nossa generosidade em perdoar.”
Que a leitura deste texto nos ajude a perdoar nosso próximo, como Deus nos tem perdoado.
“Perdoai antes a vosso irmão e, depois vinde ao altar para oferecer o vosso sacrifício. ‘Padre Nosso, que estais no céu, perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores’. Eis aqui a oração, saída da própria boca de Nosso Senhor. Perdoai, esquecei, liquidai o que nós estamos lhe devendo, assim como nós perdoamos aos que nos devem. Desta maneira, Deus não satisfaz com as coisas exteriores, somente, Ele vê no íntimo do coração. Não podemos agradar a Deus e, ao mesmo tempo desagradar ao próximo.
Caim odiava seu irmão Abel. Não obstante, ia oferecer a Deus um sacrifício, mas, Deus lhe mostrou que o sacrifício não lhe era agradável. A fumaça não subiu ao Céu, voltou-se para a terra. E quando chegou a matar o irmão, nada houve que pudesse apagar a ira de Deus. “Ó sangue de teu irmão clama por vingança ao Céu.
Davi tinha exposto o marido de Betsabá á morte, na batalha. Deus o castigou e mandou dizer, pela boca do profeta, que o filho de Davi morreria.
São Jean L’aumonier celebrava a Missa na presença de um príncipe, que guardava no coração grande ódio a seu inimigo. Quando chegou a hora do Padre Nosso, que o príncipe também rezava, ele virou-se e disse: “Olha o que está dizendo, meu príncipe. Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores. Como pode Deus perdoar-lhe, se o senhor não perdoa o seu inimigo? O príncipe, todo confuso, perdoou a seu inimigo.
Deus recompensa a nossa generosidade em perdoar. João Gualberto nasceu em Florença, na Itália. O pai tinha grande ódio a um senhor que matara seu sobrinho e infiltrou o mesmo ódio no coração de São João Gualberto. Certo dia, ele encontrou-se armado com o inimigo desarmado, num caminho estreito. Vendo o inimigo o seu adversário armado e esperando vingança, caiu de joelhos, pedindo perdão, São João abraçou-o e perdoou-lhe. Passando depois por uma igreja, São João entrou e, quando estava rezando, viu Jesus no crucifixo, inclinar-se para ele, mostrando a sua grande satisfação e dando-lhe parabéns por sua generosidade. Ele entrou para um convento e tornou-se um grande santo. A generosidade foi o princípio da salvação deste homem. Não guardemos ódio a ninguém. Perdoemos de bom coração, como Nosso Senhor nos perdoa a nós da remissão dos nossos pecados.
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