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CORPUS CHRISTI – A importância da Comunhão relatada nos escritos de Padre Eustáquio

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A eucarística, segundo o Catecismo da Igreja Católica, é o próprio Corpo e Sangue de Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz ao longo dos tempos. E Padre Eustáquio, em seus escritos, traz um texto falando sobre a importância da comunhão para os católicos. Convidamos você a meditar conosco as palavras do Bem-aventurado. Leia o texto na íntegra:

“Porque o Pão de Deus é o que desceu do céu, e dá vida ao mundo.”

Como sacerdote, não poderia cumprir a minha missão entre vós , se não vos falasse deste sacro convívio, preparado por Cristo em pessoa, em que Ele se dá a si mesmo, dia por dia, como alimento das almas.

Nem todos podem aproximar-se, diariamente, da mesa da comunhão, e nem todos que se aproximam, diariamente, fazem-no com suficiente ardor. No entanto, o banquete celestial é grandioso demais, santo demais, para nós ficarmos afastados dele sem necessidade, valioso demais para julgarmos nosso zelo e ardor suficientes.

Perdoai-me por falhar a minha palavra em sublimidade, em ardor. Ó Jesus, presente no sacrário, consagrai a minha palavra, a minha linguagem, para que seja aceso o fogo de amor nos corações dos vossos fiéis.

O que mantém os homens afastados da mesa da comunhão? É falta de amor àquele que nos chama, ou não é valioso o alimento deste banquete? Não, três vezes não! Ninguém chamou com tanto amor, com tanta insistência os seus convidados. Não há alimento que se possa comparar a este. Posso dizer com toda franqueza que é nossa falta de atenção, o nosso descuido.

Este nos venda os olhos para que não discirnamos o alimento espiritual, impede de ver claramente o valor, o cuidado e o amor com que foi preparado. O descuido nos afasta da meditação da bondade Daquele que nos preparou o banquete. Não ouve a voz do Senhor, que nos chama com ternura insistente.

Que os nossos corações desejassem nutrir-se com o corpo e sangue de Nosso Senhor, como Santa Imelda, a qual, criancinha, ainda chorou, chorou, até que uma mão invisível depositasse em sua boca o Pão do Céu. E Santo Estanislau Kostka, moribundo, desejava a santa comunhão e não havia sacerdote que pudesse trazê-la. Deus na sua infinita bondade, mandou Santa Bárbara, para lhe trazer.

Por que nossos corações não suspiram pela santa comunhão? Compreendemos o que ela é? Compreendemos a resposta de Jesus no Evangelho: é o pão que desceu do céu.

Nossos olhos veem as aparências do alimento terrestre, mas, elas são apenas um véu, que cobrem a Cristo. Com que posso comparar, ainda, este Pão celeste? Com o maná do deserto? Desceu de muito alto, mas era alimento comum. Os cinco pães, que se multiplicaram nas mãos de Jesus, eram pão milagroso, mas, pão terrestre.

Daniel, no covil dos leões, foi alimento por Deus, de maneira milagrosa, em sua necessidade corporal, mas, na santa comunhão, Deus nos alimenta em nossa necessidade espiritual.

Que é este Pão, que, jogado no fogo, por engano, não se consumiu, mas resplandecia como sol, dentro das chamas, no milagre de Amsterdam? Que é este Pão, que o pagão Widukind viu entrar, como linda criancinha, na boca de Carlos Magno, quando comungava? Que é este Pão, que São Tarcísio protegeu com a perda da sua própria vida? Posso dizê-lo com as poucas palavras de Jacó, na santa escritura: “Deus está aqui”.

Agora, compreendemos porque este alimento de tão grande valor para os homens, deve ser estimado sobre todas as coisas, por eles. Os frutos da santa comunhão são inestimáveis.

Vejamos as promessas eucarísticas do Nosso Senhor:

Quem come a minha carne e bebe o meu sangue , viverá em Mim e eu nele. Viverá por mim… Terá a vida eterna… Ressuscitá-lo-ei no novíssimo dia.

Acontece que, em meio a nossa vida diária, arrastados por uma correnteza de preocupações terrenas, de modo que parecemos viver só para este mundo. Há perigo de procurar o nosso fim aqui na terra, em vez de procurá-lo no céu. Não se pensa mais em Deus, a Quem se tem que servir, no Espírito que deve fecundar as suas obras, na fonte da vida, que é a Santíssima Comunhão. Para estes, é a palavra: viverá em mim e eu, nele.

Depois do pecado de Adão, não nos sentimos atraídos pelo bem, mas pelo mal, embora saibamos que o mal nos leva a perdição. O coração humano, com os seus sentimentos de justiça e de amor para com o seu Criador, muitas vezes se entrega às criaturas, loucamente, à custa do seu Criador. E muitos, somente depois da queda, reconhecem o seu crime e têm horror dos seus pecados e desejam vida de amizade com Deus. Aqui, aponto o homem caído, a árvore da vida, a ceia dos anjos, a santa mesa da comunhão.

Desta se achegam todos que desejam ter uma vida mais confortável às leis de Deus e serão realizadas as palavras de Nosso Senhor: Quem come deste alimento, viverá em Mim. Terá a vida eterna…

Às vezes, o céu da alma está tão sombrio, não há mais estrela que brilhe, assim como numa noite de tempestades, em que o pescador é joguete das ondas. Com ele, reza: levai-me a seguro porto, Senhor, levai-me ao céu! Lembrai-vos, então, das palavras: Terá a vida eterna…

E para terminar, cito as palavras: ressuscitá-lo-ei no novíssimo dia. Não há laços que nos liguem mais a esta terra, do que os laços de amor e os do sangue. Nenhum outro que se rompa tão dolorosamente. A morte o faz diariamente. E, quando se choram lágrimas amargas no túmulo aberto cedo demais, de um ente querido, seja a Santa Comunhão vosso consolo e ouvi a voz daqueles que nos precederam, por sobre o túmulo: ressuscitá-lo-ei no novíssimo dia.

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