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Celebração em BH lembra Padre Máximo Sada, SSCC, assassinado durante trabalho pastoral

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Na noite de ontem, o padre Vinícius Maciel, SSCC, celebrou no Santuário da Saúde e da Paz, a Santa Missa em Ação de Graças pelo Padre Máximo Sada, SSCC. O sacerdote espanhol foi assassinado no dia 12 de julho de 1990 no Rio de Janeiro, quando estava numa casa para dar a bênção, momento em que assaltantes apareceram para roubar a residência.

Durante a celebração, padre Vinícius lembrou a trajetória do religioso, que saiu da Espanha como missionário dos Sagrados Corações e perdeu sua vida como um verdadeiro mártir da violência urbana.

Na tarde de uma quinta-feira uma jovem solicitou na Paróquia Nossa Senhora do Desterro em Campo Grande, Rio de Janeiro, um sacerdote para abençoar as novas instalações de sua casa. Padre Máximo se dirigiu à casa acompanhado da cozinheira dos padres. Ao chegar à residência da família solicitante foram surpreendidos com a presença de assaltantes que já haviam rendido os pedreiros e discutiam com a jovem. Quando ela afirmou tê-los reconhecido eles responderam que ela seria morta. Pe. Máximo, o pacificador, se colocou em defesa da moça tentando dissuadi-los. Ao perceber que um deles estava para disparar sua arma Pe. Máximo lançou-se defesa ficando na frente da vítima e recebeu o tiro fatal. Os ladrões fugiram pelos fundos. A jovem com ajuda de um vizinho prestou socorro, arrastando o padre até o carro e levando-o ao Hospital Rocha Faria, onde chegou morto.

Atualmente há um apelo popular pelo reconhecimento da igreja sobre o martírio de Padre Máximo, um caso que pode ser estudado pelo Tribunal Eclesiástico e pela Congregação dos Sagrados Corações.

No Rio de Janeiro

Também no dia de ontem, no Cemitério de Campo Grande, no Rio de Janeiro-RJ, padres dos Sagrados Corações e leigos da comunidade local, se reuniram em torno ao túmulo de Padre Máximo Sada num ato litúrgico. Padre João Lucas, SSCC, Padre Vítor Borges, SSCC e Padre Ricardo, SSCC, deram graças ao Senhor pela vida do padre espanhol e por sua missão aqui na terra.

Padre Máximo Sada, SSCC

Padre Máximo Sada Rodeles, ss.cc nasceu em Olite – Navarra, na Espanha, no dia 03 de setembro de 1919. Foi batizado com o nome de Miguel. Ingressou na Congregação dos Sagrados Corações muito jovem e iniciou o noviciado em plena Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Por causa da Guerra o noviciado foi interrompido e só retomado após o final.

Professou os votos religiosos no Escorial, dia 12/10/1940. Assumiu na vida religiosa o nome de seu pai Máximo. Realizou seus estudos de Filosofia e Teologia em Miranda de Ebro, Burgos. Foi ordenado em 1946, estando no 4º ano do curso de Teologia, próximo da Páscoa. Ao terminar esteve por pouco tempo no Colégio Sagrados Corações de Madrid. Em 1947, foi enviado como missionário para o Brasil.

Sua primeira missão foi na paróquia Nossa Senhora do Desterro, em Campo Grande, Rio de Janeiro, RJ, como vigário paroquial. Em 1954 foi nomeado superior e pároco da Paróquia Sagrados Corações na Tijuca, além de conselheiro da Pro-Província.

Em 1960 voltou a Campo Grande como Pároco. Nos anos seguintes atuou em diversas missões da Congregação: Seminário de São José dos Pinhais e Igreja de Hugo Lange de Curitiba no Paraná. Daí para a Paróquia Santa Margarida Maria, na Vila Mariana na capital paulista.

No final dos anos de 1980 retornou à Paróquia Nossa Senhora do Desterro, no Rio onde ministrou seus dons missionários até ser assassinado durante um assalto. Seu irmão de comunidade e conterrâneo, Pe. Rafael Azanza, ss.cc foi encarregado de comunicar a morte aos familiares e aos superiores na Espanha. Ao ser informada do acontecido, sua irmã religiosa serenamente afirmou: “Graças a Deus! Temos um mártir na família”.

No dia seguinte ao assassinato, dia 13, a missa de corpo presente e a ida do féretro num carro de bombeiros se transformou numa manifestação emocionante manifestação de milhares de fiéis e amigos. A missa foi presidida pelo Cardeal Dom Eugênio Sales, Arcebispo do Rio de Janeiro, concelebrada por um grande número de Padres da Congregação e da Arquidiocese.

Em Campo Grande como na Tijuca, entre seus irmãos e irmãs dos Sagrados Corações o testemunho do Pe. Máximo permanece vivo. Sempre será lembrado por sua generosa morte, sua bondade, zelo e dedicação apostólica.

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