Catalogado depoimento de Padre Gil para Tribunal de Canonização de Padre Eustáquio

O Secretariado Nacional para a Causa de Canonização do Padre Eustáquio trabalha desde o ano passado na recuperação e na catalogação dos objetos e documentos que pertenceram ao Beato ou que fazem parte do processo de Canonização. Entre os arquivos encontrados, está o depoimento feito por Padre Gil, o primeiro Superior Provincial da Congregação no Brasil ao Tribunal da Causa de Beatificação e Canonização do Padre Eustáquio.

No depoimento, datado de 25 de setembro de 1962, Padre Gil fala sobre a procura das pessoas por Padre Eustáquio em busca da intercessão do Bem-aventurado. Leia um trecho do depoimento:

“O Padre Eustáquio diretamente atendia a quem lhe pedisse cura dos males físicos, mas dizia aos que o procuravam que a primeira coisa a se curar era a própria alma, pelo que mandava que os pacientes se confessassem. Assim o Padre Eustáquio não ficava apenas nos cuidados da saúde corporal daqueles enfermos, mas também se preocupava com a vida espiritual. O Padre não fazia distinção entre os que o procuravam, a todos dava sua benção e benzia-lhes a água que traziam. Pessoalmente observei no período em que lá estive e em outros dias que visitei Poá que havia filas interruptas de pessoas que o procuravam e as quais ele atendia continuadamente salvo breves interrupções para as refeições. Também assinalo que muitas pessoas o procuravam não porque estivessem enfermas fisicamente, mas porque dele esperavam uma orientação, conselho para suas consciências.”

Quem foi Padre Gil?

Junto com Padre Eustáquio e Padre Matias, Padre Gil foi um dos três fundadores da primeira Comunidade da Congregação dos Sagrados Corações no Brasil. Chegou ao país em 1925 e se estabeleceu na Diocese de Uberaba, sendo também o primeiro provincial da Congregação no Brasil.

Padre Gil acompanhou toda trajetória missionária de Padre Eustáquio de perto, estando ao lado do padre holandês em muitos trabalhos como na fundação do Colégio Regina Pacis, em Araguari/MG, onde ele foi o primeiro diretor, em 1926. E na construção do ginásio Dom Lustosa em Patrocínio/MG, em 1927.