O homem convive com um constante combate: a luta entre o espírito do mundo e o espírito de Deus. Não podemos servir a dois deuses, precisamos escolher nosso lado, o lado do bem, o lado de Deus.
Padre Eustáquio, em um dos seus escritos, trouxe uma reflexão sobre o tema. Leia a seguir:
Assim como a água e o fogo chiam, quando uma entra em contacto com o outro, assim também nascem os roncos da tempestade e o fragor do combate, quando o espírito de Deus, espírito de verdade, entra em combate com o espírito do mundo, o espírito da mentira. Este fragor de batalha de ambos os poderosos espíritos ecoa fortemente. Nesta hora, esses dois chefes e seus exercícios em massa estão em acalorado combate. Por que? Por causa da nossa alma!
Ambos combatem: Pela posse da nossa alma, criada a imagem e a semelhança de Deus, resgatada com o preciosíssimo sangue do nosso Senhor Jesus Cristo, propriedade do Espírito Santo. O espírito do mundo quer fazer valer, ainda, antigas pretensões da sua vitória do paraíso.
Combate com armas fortes. O espírito de Deus, com a espada da verdade, com o capacete da fé e da esperança, com os sacramentos, com sacerdotes zelosos, pais conscienciosos, bons exemplos, com os anjos.
O espírito do mundo procura enfraquecer estes meios e comprometê-los. Gosta de zombar deles, de desprezá-los. Isto nunca conseguirá fazer.
Combatem com grande violência e em um campo enorme.
O tempo em que foram martirizados tantos cristãos, mostra a violência. E ainda são martirizados! Pensamos no México, Russia, Espanha, os países ocupados pela Alemanha. Assim este combate estende-se sobre todos os tempos e todos os lugares. Limita-se a uma escola, uma família ou a própria consciência.
Queremos decidir, agora, qual dos dois vai vencer. A vitória não depende tanto, como nos outros combates, da força dos espíritos, nem de veemência do combate, mas, da nossa livre vontade. Um dia, a irmã de Santa Agueda perguntou ao santo: Como é que eu posso fazer-me santa? O santo respondeu: simplesmente por querer.
Devemos concluir que não há neutralidade. Devemos escolher o campo. Os dois espíritos apertam-nos. Cada qual quer ganhar-nos, com as suas promessas. O espírito do mundo mostra-nos os bens da terra, atrai-nos com as alegrias da terra, com as figuras enganadoras da liberdade.
O Espírito Santo mostra-nos a bem-aventurança da paz interior, da verdadeira liberdade, a certeza da filiação e herança de Deus.
Cada um ameaça uma desgraça se não o seguimos. Um apresenta uma vida no mundo que é a exclusão dos gozos mundanos, a zombaria dos maus. O outro apresenta o remorso da consciência, afastamento da graça e o juízo terrível.
Devemos decidir-nos pelo Espírito Santo. Isto exige a nós vocação. Deus quer que nos salvemos. Ora, é só pelo Espírito que nos salvamos. Só ele perverte o campo do mundo.
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