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O papel de Nossa Senhora refletido num texto escrito por Padre Eustáquio

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Maio é o mês de Maria e o Beato Padre Eustáquio sempre guardou grande devoção a Nossa Senhora. Em seus arquivos pessoais é possível encontrar vários textos dedicados à mãe de Jesus.

Para marcar o mês dedicado a Maria, hoje vamos conhecer um desses textos feitos pelo Bem-aventurado. O material foi publicado no Boletim da Matriz dos Sagrados Corações, dos anos de 1945 e 1946. Leia o trecho a seguir.

Ave Maria

“Aconteceu que uma santa freira, a fundadora das Visitandinas, estava ajoelhada diante de uma imagem de Nossa Senhora, quando entraram duas das suas companheiras e, havendo demorado um pouco na meditação, disse: Minhas filhas! Tudo quanto precisamos, encontramos em Nossa Senhora. Estando em tristeza. Ela é a consoladora dos aflitos, estando em alegria, ela é a causa da nossa alegria, estando doente. Ela é a saúde dos enfermos, estando em pecado. Ela é o refúgio dos pecadores.

Deveras, ouvintes, achamos tudo em Nossa Senhora e os títulos que a ladainha lhe atribui, nos deverão dar toda a confiança. O título, porém, que mais inspira confiança, é este de mãe!

Em verdade Nossa Senhora é minha mãe, a vossa, a nossa querida mãe. Mãe do gênero humano. Com a ajuda desta mãe, vamos meditar obre o destino da humanidade, sobre o fim do homem. Considerai que não estais no mundo ao acaso: algum fim se propôs. Este fim, a gloria de Deus. Fomos criados para O conhecermos, para O amarmos, para O servirmos.

Glorificando a Deus, conhecendo-O e amando-O, damos testemunho do nosso amor. Deus podia não nos ter criado, mas, criando-nos, não podia criar-nos para outro fim.

A desordem nos costumes pode fazer-nos esquecer os nossos deveres, mas, nunca poderá mudar o nosso último fim. Não viemos ao mundo para amontoar riquezas, para adquirir honras, para gozar prazeres; estamos no mundo para servir a Deus, para O amar, O glorificar com o nosso amor. Os reis e os vassalos, os ricos e os pobres, os moços e os velhos não estão neste mundo, a não ser para este fim. Ainda que os homens sejam de condições diversas, que haja subordinação entre si, que uns nasçam para mandar e outros para obedecer, todos vieram ao mundo para servir a Deus. Pode alguém passar a vida sem pensar porque vive, mas esta verdade subsiste sempre, com todas as suas consequências.

O fim do homem! Vejamos a parábola do pai de família, que plantou um vinhedo, cercou-o com um muro e preparou-o para a plantação. Alugou os operários para trabalharem nele. E chegando o tempo de cobrança do aluguel, o dono mandou o seu servo para fazê-la. Mataram esse servo. Ele mandou outro e, mais uma vez, mataram-no. Ele mandou o próprio filho, pensando que respeitassem ao menos a Ele. Também o mataram. Eis ai a história da humanidade. Deus mandou os profetas e os patriarcas para ensinar a humanidade a obrigação de servir a Deus, mas, infelizmente, mataram-nos. Mandou o próprio Filho, e, a este, pregaram numa cruz.

Quanto à nossa própria história, Deus alugou o jardim de nossa alma e nós devemos cultivá-lo. Ele vem buscar o fruto do nosso trabalho, a salvação da nossa alma.

A nossa preocupação principal, a nossa pergunta mais importante é: por que estou neste mundo? Por que estamos neste mundo? Para ganhar dinheiro? Honras humanas, deleites e alegrias? Não, estamos aqui somente pra servir a Deus, para O ver eternamente, depois.

São Bernardo sempre perguntava a si mesmo: Bernardo, por que veio ao mundo? Deve ser a nossa pergunta, também. Havemos de esforçar-nos para alcançar o nosso fim. Quem tem certeza de entrar no céu, sem a revelação de Deus! Vamos para o céu porque somos católicos? Por que observamos os mandamentos? Certo é que com os nossos próprios esforços, nunca alcançaremos o fim almejado. É preciso trabalharmos com a graça de Deus, a fim de nunca pecarmos. Alcançar o céu é uma coisa absolutamente pessoal. Os nossos pais, os nossos irmãos não podem salvar a nossa alma. Nós, mesmos, temos que cumprir os nossos deveres, observar os mandamentos, senão será decidida a nossa eterna condenação.

Santo Agostinho disse: “Deus te criou sem ti, resgatou-te sem ti, mas, não te salvará sem ti”.

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