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Dom Antônio dos Santos Cabral, o primeiro bispo e arcebispo de Belo Horizonte acolheu a Congregação dos Sagrados Corações na nova capital mineira com a chegada do Padre Eustáquio van Lieshout para pastorear a futura Paróquia dos Sagrados Corações, naquela época, São Domingos. Para os religiosos da recém-chegada Congregação, a consagração aos Sagrados Corações de Jesus e Maria é o fundamento de seu instituto.
Até os primeiros anos de 1940 a Paróquia funcionava na pequena Capela de Cristo Rei. No entanto, D. Cabral, prometera à Congregação que a paróquia receberia o novo título tendo como Padroeiros os inseparáveis Corações de Jesus e de sua devotada Mãe. Foi assim que Padre Eustáquio ao lançar a pedra fundamental da nova Matriz já anunciava que seria dedicada aos Sagrados Corações. A passagem tão intensa e breve do grande apóstolo da Saúde e Paz não permitiu que ele visse o cumprimento da promessa que se cumpriu antes que se completasse um ano de sua morte a 30 de agosto de 1943. O breve histórico a seguir nos dará a conhecer as datas fundamentais que culminarão com o decreto de D. Cabral para os novos padroeiros da paróquia.
09/09/1942 – Juscelino Kubistchek, prefeito de Belo Horizonte, em agradecimento a Padre Eustáquio, faz a doação do terreno para a construção da Matriz dos Sagrados Corações.
11/10/1942 – Padre Eustáquio celebra a Eucaristia no terreno da Igreja.
10/12/1942 – Início da construção da Matriz dos Sagrados Corações.
16/05/1943 – Benção da Pedra Fundamental.
21/07/1944 – Decreto do Título de Paróquia dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, ficando para os Padres Dominicanos o Título de são Domingos.
Na Bíblia, o coração é um dos modos para falar do infinito amor de Deus por você. Este amor chega a seu ponto alto com a vinda de Jesus. O Coração da Virgem Maria está totalmente orientado para o Coração de seu Divino Filho. As Sagradas Escrituras nos ensinam que Ela mesma se proclamou “serva” do Senhor.
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus nos remete a São João Evangelista ao pé da cruz, quando um soldado romano com uma lança atravessou o lado de Jesus. “E de seu coração aberto jorrou sangue e água”. Dessa maneira Jesus revelou seu amor e sua doação por nós. O Coração de Jesus conhece a fundo a cada um de nós e se revela como um coração bondoso e misericordioso. Jesus nos diz “vinde a mim vós todos que estais aflitos e cansados que vos aliviarei”.
Do Coração de Maria as Escrituras falam da espada de dor, mas sobretudo que ali ela guardava o centro da experiencia de primeira discípula do Salvador, seu filho amado.
A espiritualidade dos Corações tem uma profunda e longa trajetória na Comunidade Cristã desde as origens no Novo Testamento, na Patrística, nos grandes santos como S. João Evangelista, S. Paulo Apóstolo, S. Agostinho, S. Bento, S. Francisco de Assis, S. Boaventura, as Santas Místicas da Idade Média Santa Matilde de Madburgo, Santa Juliana da Noruega e Santa Catarina de Sena.. Mas será na França que esta espiritualidade receberá as expressões e características mais visíveis como chegou até os nossos dias através de S. Francisco de Sales, São João Eudes e do jesuíta, São Cláudio de la Colombière. Finalmente, com Santa Margarida Maria Alacoque no século XVII que será definitivamente formulada e propagada a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. A sua missão foi dar-lhe impulso e difusão universal, adaptá-la às necessidades da Igreja Católica nos tempos modernos e fixar as práticas de piedade mais adequadas às novas circunstâncias.
A mais célebre das aparições foi em 1675, quando Jesus pediu a Santa Margarida Maria que fosse estabelecida uma festa para honrar seu Coração: a sexta-feira depois da oitava da festa do Corpo de Deus e assim expressou o apelo à reparação: ‘Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças…E prometo-te que o Meu
Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.’
A partir de então, houve grande difusão e espalhou-se por toda a Igreja especialmente através das famosas “promessas” do Sagrado Coração de Jesus a Santa Maria Alacoque:
1. Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
2. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
3. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
4. Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte.
5. Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos.
6. Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias.
7. As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção.
8. As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição.
9. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração.
10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos.
11. As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração.
12. A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.
Em 1800 também na França foi fundada a Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria por Madre Henriqueta Aymer e Padre José Maria Coudrin que foi trazida pelo Beato Padre Eustáquio e seus companheiros para o brasil em 1925 e chegou a Belo Horizonte em 1942.
Os Fundadores receberam de Deus o carisma de Contemplar, Viver e Anunciar o Amor aos Sagrados Corações pela adoração reparadora e o apostolado missionário. Sendo o Coração de Maria a excelência da vivência e modelo de seguimento de Jesus assim se resume a missão dos filhos e filhas dos Sagrados Corações: em Jesus encontramos tudo: seu nascimento, sua vida e sua morte, eis a nossa Regra.
“AOS SAGRADOS CORAÇÕES DE JESUS E MARIA TODA HONRA E TODA GLÓRIA”
Artigo escrito pelo Pe. Marcus Vinícius Maciel, SSCC
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