A presença do Padre Eustáquio permanece viva e atual em tantos quantos o conheceram ou se aproximam de seu testemunho e de sua obra. Seu túmulo em Belo Horizonte, no novo Memorial do Santuário da Saúde e da Paz continua atraindo diariamente grande número de pessoas. As crianças, os adolescentes e os jovens estudantes, antes ou depois de ir às escolas que levam o seu nome, se ajoelham ou traçam um apressado sinal da cruz saudando o querido patrono.
Em Belo Horizonte, no comércio e em muitos lares, encontramos sua foto com aquele olhar claro, firme e penetrante. Agradecidos por muitas graças alcançadas os pais honram ao Beato atribuindo a seus filhos o nome de Eustáquio, Eustáquia e muitos compostos como Humberto Eustáquio, José Eustáquio, Maria Eustáquia, dentre tantos outros. Sua mensagem viva expressa a atenção aos enfermos e aos pobres como a marca de toda uma vida vivida no seguimento de Jesus. Uma vida de consagração aos Sagrados Corações de Jesus e Maria pela adoração diária a Jesus Eucarístico, alimentando assim seu ideal missionário e comunicando o que conhece e experimenta: Deus é Amor! Os pais e as mães de família ou os doentes e sofredores todos: desempregados, gente necessitada, mas sempre cheios de fé, esperança em agradecimento clamam:
“Roga por nós, Padre Eustáquio, vela por nós com amor. Confiamos em vossa bondade, junto a Deus nosso intercessor.”
O Pe. Venâncio Hulselmans, SS.CC. seu companheiro e primeiro biógrafo, relata em seu livro “O Vigário de Poá”, de 1944 que “o trabalho paroquial continua com a maior regularidade, porque os romeiros só procuravam água-benta e nada mais. Padre Eustáquio entra e sai sem a menor dificuldade; vai com os paroquianos à Aparecida do Norte, leva-os conforme costume, à adoração na Matriz de Santa Efigênia, enfim, faz tudo o que costumava fazer, sem atrair uma atenção especial. Aos poucos, porém, com a crescente fama da água, que levava a saúde onde quer que fosse usada, os romeiros não se contentam mais em tirar a água, mas querem ver o padre, falar com ele, pedir-lhe pessoalmente uma bênção, tanto para si como para a água. Bondoso por natureza, Padre Eustáquio atendia a um e a outro na saleta de visitas. As histórias de doenças e infortúnios que ouvia, comoviam-lhe o coração sempre compassivo e, consolando e confortando, terminava sempre com uma bênção pessoal, aconselhando o uso da água-benta”. Em Poá-SP, começaram os relatos de curas “miraculosas” que provocaram grande afluxo de pessoas.
A pequena cidade não comportava o grande número de fiéis que o procurava diariamente. No mesmo livro do Pe. Venâncio podemos encontrar “um apanhado rápido de “curas” enviado por pessoas beneficiadas à Rádio Excelsior de São Paulo: 1) Eu tinha uma ferida na perna muito difícil de sarar, já tinha um ano e me doía muito. Eu já tinho ido ao médico e já tinha posto muitos remédios. Mas Deus me ajudou e eu ouvi falar nesse querido padre de Poá, levantei de madrugada e fui tomar o primeiro trem que para lá ia. Era cinco e meia da tarde e ainda não tinha chegado o meu número, era de 10.000. Às seis horas eu entrei e ele disse: lave com esta água e reze a S. José.
Vi instantaneamente um grande milagre, gritei a todos de minha casa para que vissem o grande milagre recebido de Padre Eustáquio, com a vontade de Deus. São Paulo, 19 de outubro de 1943. – Maria de Orio. 2) Minha filha Alayde, sofria, horrivelmente há 4 anos com uma nevralgia na cabeça, que me fez gastar uma exorbitância. Com grande dificuldade consegui no meio da multidão chegar perto dele e colocar com toda a confiança, sua mão na cabeça de minha filha, que ficou radicalmente curada.
São Paulo, 20 de outubro de 1943. – Mariana Marcondes Vieira
“Estes fatos entre dezenas de outros, fizeram sua propaganda e viraram a casa paroquial de Poá de cabeça para baixo. E o pior estava para vir. Em 4 de Março apareceram em cena os primeiros repórteres de “O Diário da Noite”, e no mesmo dia, por manchetes colossais e ampla documentação fotográfica, o grande público ficou sabendo que “EM POÁ HAVIA UM PADRE FAZENDO MILAGRES”. Este exemplo, logo seguido por outros jornais que diariamente, em reportagens sensacionais, relatavam minuciosamente, mais uma cura milagrosa do “SANTO DE POÁ”, levou o movimento a proporções fantásticas, na pequenina localidade. Os jornais arrastavam a população do estado inteiro e mesmo muitos peregrinos de outros estados.”
“Padre Eustáquio foi para Belo Horizonte enjeitado, ninguém sabia onde colocar Padre Eustáquio. Ele foi para Belo Horizonte com a obrigação de não fazer milagre. Pois para Deus não tem isso. Ele fez… trocou nome de rua, trocou nome de bairro, trocou nome de Igreja, trocou tudo… pra ver o que é a pessoa marcada por Deus. Padre Eustáquio com o seu ‘Saúde e Paz’ chegou a todas as famílias, de JK (Juscelino Kubitschek, então prefeito) até o mais simples e pobre dos cristãos”.
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